sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A Escola e Crianças com NEE

Algumas pessoas sabem do meu interesse e encanto em trabalhar com as Alterações do Desenvolvimento, e alguns Transtornos e Disfunções especificamente, como por exemplo, Transtornos Globais do Desenvolvimento, Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, Disfunção do Processamento Sensorial e Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação, bem como os "Atrasos do Desenvolvimento Neuropsicomotor"...
 Neste sentido, entendo que meu trabalho vai além do olhar para a criança, mas também compreende todo o entorno: família, escola, lazer, etc. Inclusive, falarei bastante sobre estes assuntos por aqui..
 Mas, para começar, gostaria de falar um pouco sobre escola.

 Pude ler hoje um pedacinho do PLA (projeto de lei que institui a"Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista") que fala sobre a escola/educação:

"Art. 7º - O gestor escolar, ou autoridade competente, que recusar, de maneira discriminatória, a matrícula de aluno com transtorno do espectro autista, ou qualquer outro tipo de deficiência, será punível com multa de 3 (três) a 20 (vinte) salários mínimos e, em caso de reincidência, perderá o cargo, por meio de processo administrativo, assegurado o contraditório e a ampla defesa.
Parágrafo único.

Ficam ressalvados os casos em que, comprovadamente, e somente em função das especificidades do aluno, o serviço educacional fora da rede regular de ensino for mais benéfico ao aluno com transtorno do espectro".

PARA OS PAIS: Acho importante ressaltar que a escola regular é uma opção, desde que haja possibilidade de inserção. Porém, alguns casos se beneficiarão da escola especial, sem dúvidas.
 Muitas mães perguntam pra equipe do local onde trabalho sobre qual escola colocar. Algumas vezes temos alguns palpites, mas na maioria das vezes não opinamos. O que temos ressaltado é a importância de que a inclusão seja feita o quanto antes - assim como qualquer intervenção - e da criação da parceria entre família a escola: A Família tem que estar disposta a confiar no trabalho da escola, assim como a escola deve compreender as angústias da família e colaborar oferecendo apoio e mostrando trabalho que tem realizado.
 Quando a inclusão escolar de fato acontece assim como a parceria, podemos observar os avanços da criança em várias áreas: não só de aprendizagem acadêmica, mas a aprendizagem nos campos sociais e de linguagem.
 Isso vale não só para crianças diagnosticadas com TEA, mas também para outros diagnósticos e limitações, como as citadas anteriormente.

 As angústias de quem tem o poder da decisão em relação à inserção na escola devem ser dividas com aqueles que também estão envolvidos no cuidado: demais familiares, professores, diretores, terapeutas, etc. Todas as possibilidades devem ser analisadas e, novamente, quanto antes tomarmos esta iniciativa, mais cedo poderemos ver mudanças nas crianças.
 Além disto, o mundo só poderá conhecer e saber lidar com as diferenças, a partir do momento em que as diferenças se tornarem reais e visíveis.
 Quando abrimos o leque de possibilidades e tomamos uma atitude frente a dificuldade, vemos a mudança acontecer.

PARA OS PROFESSORES: O que pouco dizemos é que existem várias crianças com necessidades educacionais especiais (NEE) em sala de aula, mas que quase não são vistas porque não carregam um diagnóstico ou não possuem alguém que enxergue suas dificuldades. Estas crianças podem muitas vezes serem vistas como "preguiçosas, desleixadas, desinteressadas, lentas, agitadas, etc". Porém, com a entrada de um aluno com um diagnóstico mais preciso e que também possua NEE nesta sala de aula, podemos observar que o professor precisa se desdobrar e encontrar novas formas de fazer. E quando de fato isto acontece, outras crianças poderão se beneficiar destas novas formas de fazer, aumentado o repertório de atividades realizadas em sala e modificando o olhar que temos sobre estas crianças. 

 Parece utópico, ilusório ou poético demais, mas abrir-se para modificações no fazer, entendendo que que dessa forma todos poderão alcançar maiores oportunidades de aprendizagem, pode fazer a diferença no dia a dia do professor.
 E hoje em dia, não precisamos passar por isto sozinhos. É possível realizar trocas interessantíssimas pela internet e, a aprtir destas trocas, conhecer e discutir sobre casos semelhantes, dividir experiências que funcionaram anteriormente, buscar novas idéias e novas atividades, entre outras coisas. Encontramos facilmente blogs, grupos de e-mail, redes sociais, etc. que trazem esta oportunidade de trocas e novas idéias sobre modificações do fazer.

 Aliás, espero que este possa ser um destes canais de trocas...
 Em breve voltarei a falar sobre isso!
 Até mais!

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Terapia OCUPACIONAL???


Começo o blog citando um trecho do texto "Quem é você? O que você faz?" escrito por Júnia Cordeiro e Patricia Barroso sobre ocupação humana.
Um ótimo começo para quem deseja entender o sentido de "Ocupação" na profissão "Terapia Ocupacional":


"(...) Alimentar-se, realizar a higiene corporal, cuidar família, trabalhar, dedicar-se a momentos de lazer, administrar as finanças pessoais, estudar, fazer a manutenção da casa, participar de atividades religiosas, locomover-se para os locais onde precisa ir, prestar um serviço voluntário, fazer compras, participar de eventos sociais, dormir… A nossa vida gira em torno de atividades repletas de objetivos e significados – ocupações - por meio das quais suprimos nossas necessidades físicas, psíquicas, sociais e espirituais. Estas atividades organizam-se em torno dos hábitos, rotinas e papéis que desempenhamos na sociedade.

Desde o nascimento, as atividades cotidianas são de fundamental importância para a aquisição de todas as habilidades que conduzem o ser humano à conquista de sua independência, autonomia, identidade pessoal e capacidade de adaptação que necessita diante das dificuldades e desafios que a vida lhe apresenta. Sem estas ocupações, falta ao ser humano a oportunidade para o desenvolvimento contínuo e para alcançar a devida inserção na comunidade em que vive. As ocupações são tão importantes quanto o alimento que o ser humano ingere e o ar que respira (...)"

 Para quem quiser ler o texto na íntegra, aí vai o link: