segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Terapia Ocupacional Psicodinâmica e Autismo

   Hoje vou falar sobre um texto que li de 2001 escrito por Thelma Simões Matsukara, terapeuta ocupacional, sobre o atendimento de uma criança com autismo no final dos anos 80.
 Thelma inicia o texto falando da escassez de produção científica na época:
                  "Vale lembrar que, naquela época, poucas eram as experiências clínicas da                          terapia ocupacional em saúde mental (e a minha própria) para a infância".

   E continua o texto, relatando a experiência deste caso, utilizando a abordagem da Terapia Ocupacional Psicodinâmica, e descrevendo os resultados das avaliações quantitativas realizadas para observar e documentar os resultados de sua intervenção.
   Antes de relatar brevemente os dados, traz algumas importantes considerações. A primeira é do caráter das sessões de terapia ocupacional, da importância da observação dos interesses da criança, do uso de atividades e da relação terapêutica estabelecida. A segunda é sobre a importância da clareza dos limites e espaços que podem ser utilizados pela criança e pelo terapeuta, principalmente para que a criança sinta segurança e confiança. A terceira é em relação a importante busca de qualquer possibilidade de uma situação de "brincar".
   Por fim, relata os resultados das avaliações feitas através da observação direta do comportamento da criança. As avaliações foram realizadas em três etapas: avaliação inicial, avaliação no período intermediário  e avaliação final.
   Relata melhor desempenho na forma de olhar diretamente e manipular objetos, no sorriso social, aceitação do toque/afago da terapeuta e aproximação da terapeuta, e na imitação da terapeuta. Por outro lado, relata diminuição no ato de cheirar objetos e passá-los pelo corpo.

   Este texto chamou minha atenção por dois aspectos: Primeiro por sentir falta de textos assim, relatos de caso para que se reflita mais sobre a prática clínica, as diferentes abordagens e seus resultados (ops, minha culpa também). E em segundo lugar, por trazer importantes aspectos da base da terapia ocupacional: do uso da atividade, da relação, do cuidado com o setting e com o sujeito.

 Para as terapeutas ocupacionais: o texto está disponível no site do CETO (www.ceto.pro.br)

 Para os familiares de crianças com trantornos, distúrbios ou atraso do desenvolvimento: Procure um Terapeuta Ocupacional, agende uma avaliação e, caso sentir-se seguro e confiante, estabeleça esta parceria.
 Para os demais profissionais: Lembre-se da importância da equipe multi e de como as terapias podem se complementar para então beneficiar a criança ou adolescente.